sexta-feira

Diário de Fã - Caliandra Segnini

1- Porto Alegre, gravação do DVD do Pouca Vogal
2- Sessão de autógrafos do livro "Meu Pequeno Gremista"
3- Sessão de autógrafos do livro "Mapas do Acaso"
Dessa vez, quem nos conta sua história (emocionante, devo resaltar) é a Cali Segnini (Twitter: @Cali_Segnini), de São Carlos - SP. Simbora ler?

"O primeiro “não” de um jornalista 


Quando o professor Samuel sugeriu a criação de um blog e nos livrou da prova do último bimestre, uma ideia brilhante surgiu na minha cabeça: era a hora de entrevistar o Humberto Gessinger. Sim, sou fã do Humberto Gessinger, aquele gaúcho, loiro e cabeludo dosEngenheiros do Hawaii. Não sei dizer desde quando sou fã. Na minha memória, desde sempre. Não me lembro de uma música ou um fato que tenha despertado o meu fanatismo, nem posso dizer que os meus irmãos mais velhos me influenciaram.Simplesmente não sei como aconteceu, só sei que sempre foi assim. 

Pode não parecer, mas eu sou tímida. Sim, muito tímida. Sou fã, admiro o trabalho do Humberto, mas não sou “tiete”, não fico gritando em porta de hotel, não quero casar com ele e nem faço coro de “lindo, tesão, bonito e gostosão”. Não que eu discorde de algumas dessas coisas, mas eu não consigo fazer, e não sou desse estilo de fã. Ok, mas sou fã, e todo fã faz algumas loucuras pelo seu ídolo. 

Já fui até Porto Alegre só pra participar da gravação de um DVD, sentei na primeira fila na esperança que o Humberto visse que eu estava lá… É, ele não me conhece, não faz sentido, mas isso é coisa de fã, de querer apenas um olhar, de querer apenas que o seu ídolo saiba da sua existência. Também já participei da plateia de um programa de televisão, da Globo, e fiz pergunta só para que o meu ídolo soubesse, mais uma vez, que eu estava lá. Quase morri quando o Humberto me olhou nos olhos para me responder. Conheço fãs que já fizeram muito mais e até viraram amigos do Humberto Gessinger, mas esse é o meu limite. É o limite da minha vergonha. Lembro que uma vez, na saída de um show em São Paulo, oHumberto e a esposa entraram num carro pra dar a volta no quarteirão porque o hotel que eles estavam era bem em frente à casa de shows.Alguns fãs, espertos, correram para o hotel e conseguiram tirar fotos com o HG, enquanto eu fiquei parada na porta da casa de shows, olhando aquela confusão e morrendo de vergonha da Adriane, esposa do Humberto. Imagina que eu iria correr pra pedir fotos e autógrafos com a esposa dele do lado?! Nunca! E o medo que ela pensasse que eu era uma tiete abusada dando em cima do marido dela? Tô fora. 

Depois de tudoisso, vieram as redes sociais. Quer dizer, elas já estavam por aqui, mas aí o Humberto criou uma conta no twitter. Foi então que eu descobri que meu ídolo era uma pessoa comum. Apesar de conhecer toda a história entre ele e a Adriane, foi quase mágico acompanhar a relação dos dois via twitter. A Clara, filha do Humberto e da Adriane, também era um ser meio mítico pra mim. Quem escuta “Parabólica” sabe que a música foi feita pra ela, e de repente viro plateia da vida do meu ídolo e não só de sua obra. 

Não sou tiete, mas sou chata. Além de seguir o Humberto, Clara e Adriane no twitter, eu sempre faço questão de me meter em alguma conversa só para que, como sempre, meu ídolo saiba que eu estou ali. Acho que ele já cansou de ver minha @ no twitte, mas eu continuo ali. 

Eu sei que parece que eu me perdi do tema deste post, mas se eu não contar a minha história de fã, o resto não vai fazer sentido. 

Juntei meu grupo, criei o blog para o trabalho final da matéria do Samuel, e não saía da minha cabeça que eu agora “tinha motivos” para pedir uma entrevista com o Humberto Gessinger. Imagina! Era a oportunidade que eu queria! 

Todo mês o Humberto faz uma twitcam, com duração de uma hora, e consegue atrair em média 3mil fãs. Além disso, ele tem um blog onde escreve semanalmente, e o twitter de uso diário. Pensando nisso e na minha história de fã, de como as redes sociais me aproximaram do meu ídolo e me fizeram ver que ele é humano, de como aprendi a admirar o caráter do HG e não só a sua obra, resolvi pedir uma entrevista sobre todos esses temas. Antes de fazer contato com o Humberto, eu pedi uma força pra Adriane… sabe aquele empurrãozinho, incentivo? Ela me disse que o Humberto não se negaria a me responder! Ok, era tudo o que eu precisava. Enviei primeiro um tweet e, depois, estufei o peito, criei coragem, e enviei um email para o Humberto, meu ídolo, pedindo uma entrevista pra um trabalho de faculdade.Noemail me apresentei como fã e futura jornalista. Enquanto a resposta não chegava, revirei a internet em busca de informações sobre músicos que fazem twitcams, relação ídolo x fã, redes sociais, e li várias entrevistas doHumberto. Várias. No dia seguinte, a resposta do email: 

“Bah, Cali, não aguento mais repetir as mesmas coisas! rsrsrrssrsrsr Sério, tenho separado um dia por mês para este tipo de entrevista… o de novembro já foi.Boa sorte no trabalho!”

Pensei em mil coisas na hora que li este email… “não pode ser ele!”, “ele me chamou de Cali”, “levei um fora!”… foram tantas emoções, que demorei pra perceber que aquele era só o primeiro “não” que eu receberia como jornalista. Mas, poxa, tinha que ser logo do meu ídolo? As redes sociais me fizeram ver que o Humberto Gessinger era uma pessoa comum. É contraditório, eu sei. Em certos, momentos a aproximação virtual fez esquecer que ele era meu ídolo. E no instante que levei o “fora” foi como se, novamente, subisse uma barreira entre fã e ídolo. 

Confesso que fiquei chateada, um pouco triste, talvez até decepcionada, mas logo passou quando eu relembrei tudo que me faz ser fã do Humberto Gessinger. É uma questão de identificação com a obra dele, seja ela musical ou literária, e o HG sempre esteve comigo, diariamente, nos meus fones de ouvido. Não há um só dia na vida que eu não escute a voz dele. Sou fã, sempre serei, e tenho orgulho disto. 

Tive a honra de tomar meu primeiro “não” como jornalista do meu ídolo. Sim, foi uma honra. Agora não tem como esquecer. 

Obrigada, Humberto Gessinger. Tudo na vida tem o lado bom e o lado melhor ainda, né? Antes do “não” o HG já havia me dado “sim” em rede nacional… o maior mico da minha vida, a maior vergonha… coisas que a gente faz por um ídolo! 

Assista ao vídeo: http://youtu.be/1WZWRM8v8SE 

E, pra quem teve paciência de ler essa história (ou seria “e-stória”?) até aqui, saiba que não é o fim dessa relação ídolo x fã e, tampouco, apenas o início de uma carreira de jornalista. 

Tem como plagiar abraços?! rs… 

Um abraço!!! Caliandra Segnini


OBS: Este texto foi escrito em novembro de 2011 para uma disciplina do curso de jornalismo. Por este motivo, tive que explicar algumas coisas que vocês, fãs como eu, já sabem."

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